Archive for Abril, 2009

Proposta de Trabalho 3 – Comunicação do Significado das Cores-Recolha

Abril 20, 2009

No último show da primeira fase do “Obra em progresso”, Caetano Veloso convidou Davi Moraes, Moreno Veloso e os percussionistas Josino Eduardo e Eduardo Josino para tocarem a canção inédita “A cor amarela.”

Caetano fala sobre esta música nos posts “Caetano comenta A COR AMARELA, nova canção da Obra em Progresso”, “Eu tenho muita vontade de fazer uma antologia de axé music” e “Preto é politicamente incorreto?” abaixo.

Caetano comenta A COR AMARELA, nova canção da Obra em Progresso

“Eu tenho muita vontade de fazer uma antologia de axé music”,diz Caetano Veloso

LAURINDA ALVES

A Substância da Vida

Crónicas de Campanha

A cor da tangerina em Guimarães

Falei deste pequeno-almoço no campo, no meio da cidade

mas não expliquei onde era o campo nem a cidade.Trata-se

de um restaurante muito provençal no centro de Guimarães

de frente para do Paço dos Duques. Uma beleza,o conjunto.

O jardim do restaurante  Cor de Tangerina é um espaço onde

apetece estar e ficar. Cheio de luz e de sombras, perfumes e

cheiros de ervas e flores, faz-nos sentir como se estivessemos

noutro tempo. Passei uma manhã inteira neste jardim a ouvir

e a falar. Foi uma manhã de longas conversas e de conhecer

pessoas e projectos. Gostei muito de tudo o que vi e ouvi aqui.

“Com o Paço dos Duques mesmo ao virar da esquina e o

Castelo de Guimarães no horizonte, este restaurante dá cor

(de tangerina) ao centro do berço de Portugal. Aberto numa

antiga casa recuperada e como cooperativa, para além do

restaurante ovo-lacto-vegetariano, o espaço engloba também

uma cafetaria e uma loja de Comércio Justo” eis o texto de

apresentação de todo o conceito num blog da especialidade.

No blog do próprio restaurante há uma explicação mais longa

e detalhada sobre tudo o que aqui existe, a maneira como se

cozinham os pratos, a motivação de fundo dos membros desta

cooperativa e a aposta na qualidade e na diversidade, tendo o

cuidado de só usar produtos biológicos e o gosto de funcionar

como empresa cujo objectivo é obter lucros do comércio justo

e não a qualquer custo. Nesta lógica os proprietários optaram

por abrir também uma loja de produtos bio, com objectos cuja

proveniência está sempre certificada e tem selo de qualidade.

“A Cor de Tangerina é uma cooperativa que tem como objectivo

primordial a participação activa no Desenvolvimento Sustentado.

A nossa actividade estende-se em várias frentes, por um lado,

proporcionamos a venda directa de produtos de Comércio Justo

e de Agricultura Biológica”, dizem os próprios, no próprio blog.

Aquilo que mais me impressionou nesta equipa foi a estética e

a ética do seu negócio. Dentro do restaurante os móveis têm

linhas muito depuradas e a madeira é muito bonita e foram

feitos na CERCI de Guimarães. Na mesma instituição onde eu

estive há poucas semanas. Gosto destas coincidências da vida.

Claro que não resisti a ir à cozinha falar com o Dinis, um dos

membros da cooperativa proprietária deste restaurante onde

tudo é cozinhado com muito critério e onde as flores se comem.

Tudo isto, que é tanto, se deve a este fabuloso tempo de campanha

ao Parlamento Europeu, em que percorro o país e conheço gente e

lugares extraordinários. Agradeço à vida esta oportunidade de ficar

a conhecer ainda melhor o meu país e agradeço ao MEP o desafio

de me fazerem participar num tempo inaugural.

FÁBRICA

CENTRO CIÊNCIA VIVA

“A Cor da Luz”

Ah! Que bonitas as luzinhas de Natal! Nesta altura as ruas e as casas enchem-se de luz com um efeito em nós muito especial! Na natureza, deslumbramo-nos com as tonalidades do pôr-do-sol, o arco-íris ou, também, com os cinzentos do céu que anunciam tempestade…

De que cor é a luz do sol? Pergunta-nos o simpático monitor que lança o convite de reflectirmos sobre algo tão… comum… a LUZ!

Fazemos um esforço para nos abstrairmos do palpável e começar a pensar em algo que não podemos agarrar. Mas podemos ver!… Os fenómenos que já antes observávamos tornam-se ainda mais fantásticos depois de os compreender. O céu azul… por exemplo!…

a-cor

images

 De que cor é a luz do sol? É branca!

A luz é branca porque é a soma de sete cores. Com certeza já foste surpreendido pelo aparecimento no céu, de cores maravilhosas. Às vezes está um triste dia de chuva e, de repente, aparece o Sol. Olhamos em volta e encontramos um bonito arco-íris. É a luz dispersa nas suas cores que se revela aos nossos olhos. Este é um fenómeno que foi interpretado pela primeira vez, por Isaac Newton, em 1675 e esta interpretação leva-nos a muito mais perguntas como: porque é que o céu é azul, ou porque é que o pôr-do-sol é avermelhado…

Num quarto muito escuro, no buraco redondo… feito na portada da janela, coloquei um prisma de vidro… assim começa um capítulo do livro Óptica, de Newton, que descreve as suas experiências com luz e cor.

Newton fez mais do que decompor a luz branca no seu espectro. Também fez o inverso e investigou as diferentes cores que os seus prismas produziam. Nesta experiência crucial a luz branca é decomposta por um prisma, formando um espectro. O espectro é projectado num écran com uma pequena fenda. Por essa fenda passa a luz de um só cor que atravessa outro prisma que a desvia mas não a decompõe em cores. Com esta experiência Newton concluiu que as coras existentes na luz branca não são produzidas pelo prisma.

Com este diagrama (que deve ser lido da direita para a esquerda) incluído na Óptica, Newton descrevia como um feixe de luz solar podia ser decomposto em cores e tornado a compor para formar a luz branca. Ele obtinha esse resultado fazendo passar a luz através de um prisma e depois através de uma lente. A lente fazia as cores convergirem num segundo prisma. Este segundo prisma espalhava os raios de luz de modo a ficarem paralelos, formando de novo um feixe de luz branca. Nesta experiência Newton usava ainda um terceiro prisma para voltar a dividir a luz branca, a qual fazia projectar num écran. Verificou que se cortasse, ou interceptasse, qualquer das cores que atravessam a lente, essa cor desaparecia do espectro projectado no écran.

Newton escreveu sobre o modo como se distribuem as cores do arco-íris na sua Óptica. Ele sabia que o fenómeno da refracção era a causa, e que este acontecia quando a luz solar atravessava gotículas de água. Mas Newton não foi o primeiro a explicar o arco-íris, pois o filósofo francês René Descartes havia já revelado os mistérios do arco-íris. Mas, conforme mostra a figura, Newton foi capaz de descrever com precisão como a luz do Sol se divide e como pode formar não só um mas, por vezes, dois arco-íris.

Espectro é o resultado obtido quando as radiações electromagnéticas são emitidas nos seus comprimentos de onda ou frequências correspondentes.

As radiações luminosas visíveis dão um espectro de bandas coloridas quando a luz branca passa através de um prisma ou rede de difracção. As cores deste espectro, segundo os comprimentos de onda decrescentes são vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, ver em Espectro de Fraunhofer.

Os espectros formados pelas radiações emitidas por corpos incandescentes ou convenientemente excitados são designados por espectros de emissão.

Quando a luz branca passa através de um meio semitransparente, dá-se uma absorção selectiva de radiações de certos comprimentos de onda; o espectro desta luz transmitida designa-se então por espectro de absorção.

Espectro eletromagnético

Os espectros de emissão e de absorção de uma substância são característicos dessa substância, sendo muitas vezes usados para a sua identificação. Tais espectros são o resultado de transições entre diferentes estados estacionários dos átomos ou moléculas da substância, sendo emitidas ou absorvidas, simultaneamente, ondas electromagnéticas.

A frequência f das radiações emitidas ou absorvidas é dada por E(1)-E(2)=h(f), onde E(1) e E(2) são as energias, respectivamente, dos estados inicial e final, entre os quais se deu a transição, e h é a constante de Planck. Quando E(1) é maior que E(2) são emitidas ondas electromagnéticas; no caso contrário, são absorvidas.

Espectro contínuo é aquele em que figuram todos os comprimentos de onda dentro de certos limites. Espectro de riscas é, pelo contrário, aquele em que aparecem apenas certos comprimentos de ondas.

Obtido em “http://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_(f%C3%ADsica)

Categorias: Física | Radioamadorismo

Os Espectros de Emissão Atómicos se baseiam na quantização da energia, conseqüência imediata da resolução da Equação de Schrödinger. Os elétrons de um determinado átomo, que se encontram num determinado Nível Energético, são elevados a um nível mais alto de energia – Estado Excitado – e retornam ao estado anterior emitindo um fóton correspondente à diferença de Energia de maneira que:

E = hν = hc / λ

onde h é a Constante de Planck (6,626068 × 10-34 J.s), ν é a freqüência da radiação, c é a velocidade da luz (299792458 m/s) e λ é o comprimento de onda da radiação.

Instrumentos

Para chegar a um espectro de emissão, são usados uma ampola com o gás do elemento químico do qual se quer ter o espectro com dois terminais metálicos nas suas extremidades que serão conectados por meio de dois fios a uma fonte de alta tensão de corrente alternada (um VARIAC), para excitar os elétrons (a matéria no interior da ampola permanece no estado plasma e emite luz), e um espectroscópio para separar a luz em diferentes raias e determinar seus comprimentos de onda.

O Espectroscópio

Dispersão da luz provocada por um prisma – separa a luz em diferentes raias, no Espectroscópio

O Espectroscópio (que deve ser calibrado antes da tomada de dados, com uma referência, como por exemplo, Hélio ou Mercúrio) possui em uma fina fenda por onde a luz chega e passa por um rede de difracção, que desvia os diferentes comprimentos de onda e incide sobre um filme preto, onde podem ser vistas as diferentes raias do plasma analisado através de uma ocular. Conforme se varia o ângulo do prisma, o que implica em diferentes comprimentos de onda, pode-se ir observando as diferentes raias na ocular. No espectroscópio, o botão que é girado para mudar o ângulo do prisma já vem com o valor para comprimento de onda, em nanómetros. A ampola deve ser posicionada o mais próximo possível da fenda e o prisma deve ser girado até que a raia fique exactamente sob um marcador e o valor deve ser tomado.

Calibração

É usada uma lâmpada de referência, com Hélio ou Mercúrio, que têm os seus comprimentos de onda tabelados na literatura. Os dados são tomados e a partir deles, pode ser construída uma tabela com os comprimentos de onda observados e os de referência. A partir da tabela, é construído um gráfico de valor observado x valor de referência e a melhor recta passando pelos pontos será a recta para corrigir os valores observados.

Alguns dados

Espectro de Emissão do Hidrogênio

Dados de uma referência para as transições no Hélio:

λ (Å)

intensidade

3964,73

20

4009,27

1

4026,19

50

4026,36

5

4120,82

12

4120,99

2

4143,76

3

4387,93

10

4437,55

3

4471,48

200

4471,68

25

4685,40

6

4685,70

30

4713,15

30

4713,38

4

4921,93

20

5015,68

100

5047,74

10

5411,52

5

5875,62

500

5875,97

100

6560,10

8

6678,15

100

6867,48

3

7065,19

200

7065,71

30

 Espectro de Fraunhofer

As linhas de Fraunhofer, ou espectro de Fraunhofer, são de suma importância para a pesquisa da composição de corpos celestes que emitem energia eletromagnética. O fenómeno ocorre porque os fótons podem ser absorvidos por um átomo causando o salto de um elétron de um orbital para outro. Cada salto, chamado também de excitação, é associado com um comprimento de onda específico. Através do estudo de absorções do espectro eletromagnético luminoso visível podemos ver nas regiões ou camadas frias do exterior da superfície solar a evidência de átomos de muitos elementos.

Fotosfera Solar

A fotosfera solar emite radiações de ampla largura de banda do espectro eletromagnético visível, ou uma larga faixa de luz visível, que chegam até à Terra. Essas radiações são chamadas de luz branca por conterem todos os comprimentos de onda, comparadas ao ruído branco em teoria eletromagnética, onde a mistura característica de senóides ao osciloscópio é a somatória de todas as frequências que as compõem; em teoria sonora pode-se caracterizar um chiado com o som parecido ao ruído de uma cachoeira.

Absorção da gama de luz visível

Ao utilizar-se um filtro que absorve todos os comprimentos de onda de luz amarela e verde, o resultado será: o vermelho; laranja; azul e o violeta misturados. A luz resultante teria algo de púrpura com tons avermelhados e amostras de comprimentos de onda azulados. Imaginando-se um filtro que absorve só uma cor, ao passar luz branca através deste, somente uma faixa do espectro será removido, portanto a luz observada resultante não o conteria. De forma similar ao filtro específico, com os átomos ocorre o mesmo, pois actuam como filtros; ao passar luz branca através de si, todos as frequências da gama luminosa passarão, menos aquela específica que o identifica, pois é absorvida; logo, pode-se deduzir que estes têm assinaturas distintas, ou seja, elementos distintos absorvem cores distintas.

Trabalho de Tipografia 02 – Álvaro de Campos

Abril 4, 2009

novo-alvaro-de-campos-1

ÁLVARO DE CAMPOS

Engenheiro naval e viajante, Álvaro de Campos é configurado “biograficamente” por Pessoa como vanguardista e cosmopolita, espelhando-se este seu perfil particularmente nos poemas em que exalta, em tom futurista, a civilização moderna e os valores do progresso.

Cantor do mundo moderno, o poeta procura incessantemente “sentir tudo de todos as maneiras”, seja a força explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. Poeta da modernidade, Campos, tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a civilização industrial e mecânica, como expressa o desencanto do quotidiano citadino adoptando o ponto de vista do homem da cidade.

Poeta do verso torrencial e livre.

Poeta em que o tema do cansaço se torna fulcral.

Poeta da condição humana partilhada entre o nada e a realidade e o tudo dos sonhos,

Poeta observador do quotidiano da cidade através do seu desenvolvimento.

Poeta da angústia existencial e da auto-ironia. Na sua fase futurista/sensacionista, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna.

Sente-se nos poemas uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna.

Álvaro de Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”.

A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna.

MEMÓRIA DESCRITIVA – ÁLVARO DE CAMPOS

(“Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir”.)

A angústia provocou em Álvaro de Campos um cansaço existencial devido às suas ambições não concretizadas na medida desejada: impossibilidade de anulação de todos os limites, sensações inúteis, paixões violentas por coisa nenhuma, amores intensos por o suposto em alguém; isto é: o viver excessivo, o correr cada momento no limite, o ter querido o finito e o possível, mas ter-se desiludido.

(“O que há em mim é sobretudo cansaço”).

Neste trabalho, tentei adaptar e apoiar os próprios traços estilísticos notórios em Álvaro de Campos, ou seja, os seus grafismos excessivos, mistura de níveis de língua, assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), e também todo o cansaço, a angústia e o sentimento excessivo que ele sentiu por coisa nenhuma e por tudo, num esgotamento por não ter alcançado aquilo que desejava.

Foi para mim o trabalho mais difícil, embora me desse bastante prazer fazê-lo. Álvaro de Campos é um poeta marcado pelo romantismo e simbolismo (rebuscamento, preciosismo, símbolos e imagens).

O uso que procurei fazer dos símbolos e das imagens, foi tentar dar a ideia da força explosiva dos mecanismos, da velocidade, que Álvaro de Campos usa em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, para celebrar a civilização industrial e mecânica, e ao mesmo tempo expressar o desencanto do quotidiano citadino adoptando o ponto de vista do homem da cidade, como já havia referido no texto que acima publiquei sobre Álvaro de Campos.